segunda-feira, setembro 25, 2006

Buracos

buraco s. m., orifício, pequena abertura natural ou artificial em qualquer superfície; cova; barranco; vala; toca de pequenos animais; lacuna; falta; espaço oco; vazio; vácuo.

Agrada-me este tipo de introdução. Às vezes vê-se no início dum filme ou duma série televisiva. Fica sempre bem, e dá um ar artístico-intelectualóide à coisa; mesmo que a coisa não passe de um buraco (no sentido de vazio ou vácuo).
Também há os buracos onde por vezes nos desejamos enfiar, devido a pequenas confusões, do género:
Saudação amigável: "Olá Fulano!"
Resposta: "Olá, mas chamo-me Sicrano..."
"BURACO, POR FAVOR!"

Depois há os buracos onde não desejamos entrar, mas onde entramos à mesma. Sim, estou a falar do Clube Atlântico, pelo menos no meu caso. Fiz uma lista das definições possíveis, por ordem decrescente de exactidão, para o mítico local:
- toca de pequenos animais (espécie estranha que segrega um líquido gorduroso e esverdeado);
- espaço oco;
- local onde há falta ou uma lacuna de pessoas, acontecimentos e música interessantes;
- vazio (meia hora depois da música se tornar tolerável);
- vácuo (é quase impossível respirar lá dentro);
- cova ou vala (arquitectonicamente falando).

Ainda assim, volta e meia vou lá parar. Há quem diga que se trata de masoquismo. Eu prefiro dizer que é fruto dos efeitos nefastos do álcool (que inocente que eu sou). Certo é que das quatrocentas mil vezes que lá entrei (e me arrependi passados 10 segundos), só uma vez me aconteceu uma coisa boa (fantástica, mesmo). Por isso, quem se considerar sortudo(a), pode continuar a esburacar, pois num caso em cada 400 000 vai valer a pena, mesmo pelas 399 999 vezes anteriores. Viva o buraco!